TEMAS DAS PALESTRAS

Segue os roteiros do mês de Janeiro, assim você pode acompanhar e saber quais as referências que os expositores se basearam para elaborarem as palestras. Basta clicar no título da palestra, para visualizar o texto. 



(27/01/2013 - 29/01/2013 - 30/01/2013)

Instruções dos Espíritos
Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo VII - itens 11 a 13


O ORGULHO E A HUMILDADE

Lacordaire - Constantina, 1863

11 Que a paz do Senhor esteja convosco, meus queridos amigos!

Venho até vós para vos encorajar a seguir o bom caminho. Aos pobres Espíritos que,  antigamente, habitavam a Terra, Deus dá a missão de vir vos esclarecer. Bendito seja, pela graça que nos proporciona, em poder ajudar no vosso aperfeiçoamento. Que o Espírito Santo me ilumine e ajude a tornar minha palavra compreensível, e que me conceda a graça de colocá-la ao alcance de todos! Todos vós encarnados, que estais em provação e procurais a luz, que a vontade de Deus me ajude para fazê-la resplandecer aos vossos olhos!

A humildade é uma virtude muito esquecida entre vós; e os grandes exemplos que dela vos têm sido dados são pouco seguidos. Será que podeis, sem a humildade, ser caridosos para com o vosso próximo? Não, pois a humildade iguala os homens; mostra-lhes que são irmãos, que devem se ajudar mutuamente, e os conduz ao bem.

Sem a humildade, apenas vos enfeitais de virtudes que não tendes, como se vestísseis uma roupa para ocultar as deformidades de vosso corpo. Lembrai-vos d’Aquele que nos salvou. Lembrai-vos de sua humildade que O fez tão grande e colocou-O acima de todos os profetas.

O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometeu o reino dos Céus aos mais humildes, foi porque os poderosos da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são as recompensas dadas ao seu mérito, e que sua origem é mais pura do que a do pobre. Acreditam que isso lhes é devido por direito e, quando Deus as retira, acusam-no de injustiça. Ridícula cegueira! Deus vos distingue pelo corpo? Acaso o do pobre não é igual ao do rico? O Criador fez duas espécies de homens? Tudo o que Deus fez é grandioso e sábio; nunca crediteis a Deus as idéias que os vossos cérebros orgulhosos imaginam.

Rico! Enquanto tu dormes sob tetos dourados, ao abrigo do frio, não pensas em milhares de irmãos teus, iguais a ti, estirados na sarjeta? Não é teu irmão, teu semelhante, o infeliz que passa fome? Sei que, com estas palavras, teu orgulho se revolta. Concordarás em lhe dar uma esmola, mas nunca em lhe apertar fraternalmente a mão! “O quê!” – dirás tu. “Eu, descendente de sangue nobre, poderoso da Terra, serei igual a este miserável que se veste de trapos? Ilusória vaidade de pretensos filósofos! Se fôssemos iguais, por que Deus o teria colocado tão baixo e a mim tão alto?” É verdade que vossas roupas não se parecem em nada; mas se ambos ficassem sem elas, que diferença haveria entre vós? A nobreza de sangue, dirás tu, mas a química não encontrou diferença entre o sangue do nobre senhor e o do plebeu; entre o do senhor e o do escravo. Quem te garante que também já não foste um miserável e infeliz como ele? Que não pediste esmola? Que não a pedirás um dia àquele mesmo que desprezas hoje? Não acabam para ti as tuas riquezas que imaginavas eternas, como o corpo envoltório perecível de teu Espírito? Volta-te humildemente para ti mesmo! Lança, enfim, os olhos sobre a realidade das coisas deste mundo e sobre o que faz a superioridade e a inferioridade no outro. Pensa que a morte virá para ti como para todos, que os títulos não te pouparão a ela; que pode te atingir amanhã, hoje, ou daqui a uma hora; e se te fechas no teu orgulho, então eu te lastimo, pois serás digno de piedade!

Orgulhoso! Que foste tu antes de ser nobre e poderoso? Talvez estivesses mais baixo que o último de teus criados. Curva a fronte orgulhosa, que Deus pode rebaixar no momento em que a elevas mais alto. Todos os homens são iguais na balança divina, apenas as virtudes os  distinguem aos olhos de Deus. Todos os Espíritos possuem a mesma origem e todos os corpos são moldados da mesma massa, nem títulos e nem nomes os mudam em nada; eles irão para o túmulo e não vos garantem a felicidade prometida aos eleitos. A caridade e a humildade, sim, são títulos de nobreza.

Pobre criatura! És mãe, teus filhos sofrem. Estão com frio e com fome, e vais, curvada sob o peso de tua cruz, humilhar-te para lhes conseguir um pedaço de pão. Eu me inclino diante de ti. Quanto és nobremente santa e grande aos meus olhos! Espera e ora. A felicidade ainda não é deste mundo. Aos pobres oprimidos que confiam em Deus Ele dá o reino dos Céus.

E tu, que és moça, pobre criança devotada ao trabalho, às voltas com privações, por que esses pensamentos tristes? Por que chorar? Que teu olhar se eleve, piedoso e sereno, em direção a Deus: aos pequenos pássaros o Senhor dá o alimento. Tem confiança n’Ele,  que não te abandonará. O ruído das festas e dos prazeres do mundo faz bater teu coração. Gostarias, também, de enfeitar tua cabeça com flores e misturar-te aos felizes da Terra. Dizes que poderias, como essas mulheres que vês passar, extravagantes e risonhas, ser rica também. Cala-te, criança! Se soubesses quantas lágrimas e dores sem conta estão escondidas sob essas roupas bordadas, quantos lamentos são abafados sob o ruído dessa orquestra alegre, preferirias teu humilde retiro e tua pobreza. Permanece pura aos olhos de Deus se não queres que teu anjo de guarda se retire e volte a Deus, escondendo o rosto com suas asas brancas, e te deixe neste mundo com os teus remorsos, onde estarás perdida e terás que aguardar a punição reparadora no outro mundo.

Todos vós que sofreis as injustiças dos homens, sede indulgentes para com as faltas de vossos irmãos, lembrando que vós mesmos não estais isentos de culpa; sereis assim caridosos e humildes. Se sofreis pelas calúnias, curvai a fronte sob essa prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se vossa conduta é pura, Deus não pode vos recompensar? Suportar com coragem as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso.

Meu Deus, será preciso que o Cristo venha uma segunda vez à Terra para ensinar aos homens as leis que eles esqueceram? Terá  ainda de expulsar os mercadores do templo que desonram a tua casa, que deve ser somente um lugar de oração? Quem sabe? Homens! Como outrora, o renegaríeis, caso Deus vos concedesse essa graça, e o chamaríeis, outra vez, de maldito, porque atacaria o orgulho dos fariseus modernos. Talvez até O fizésseis recomeçar o caminho do Gólgota*.

* N. E. - Gólgota: monte nos arredores de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado.

Quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber os mandamentos de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o verdadeiro Deus. Homens e mulheres deram ouro e jóias para fazer um ídolo que pudessem adorar. Vós, homens civilizados, procedeis como eles, pois o Cristo vos deixou sua doutrina e vos deu o exemplo de todas as virtudes, e vós abandonastes tudo, exemplos e ensinamentos. Cada um de vós, com suas paixões, construiu um deus a seu gosto: para uns, terrível e sanguinário; para outros, despreocupado em relação aos interesses do mundo. O deus que fizestes é ainda o mesmo bezerro de ouro que cada um adapta a seu gosto e às suas idéias. Despertai, meus irmãos, meus amigos! Que a voz dos Espíritos toque vossos corações. Sede generosos e caridosos sem ostentação, ou seja, fazei o bem com humildade.

 Que cada um destrua, pouco a pouco, os altares que levantou ao orgulho. Em uma palavra, sede verdadeiros cristãos e tereis o reino da verdade. Não duvideis mais da bondade de Deus, agora que vos oferece tantas provas. Nós viemos preparar os caminhos para o cumprimento das profecias. Sempre que o Senhor vos der uma manifestação mais convincente de sua clemência, o enviado celeste deve apenas encontrar uma grande família, que vossos corações suaves e humildes sejam dignos para ouvir a palavra divina, que ele virá vos trazer. Que o mensageiro apenas encontre no caminho flores depositadas e voltadas para o bem, à caridade, à fraternidade, e, então, vosso mundo se tornará o paraíso terreno. Mas se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos enviados para purificar e renovar vossa sociedade civilizada, rica em ciências e, todavia, tão pobre em bons sentimentos, só nos restará chorar e lastimar por vossa sorte. Mas, não, não será assim! Voltai-vos para Deus vosso Pai e, então, todos nós, que tivermos servido ao cumprimento de sua vontade, entoaremos o cântico de ação de graças, para agradecer ao Senhor sua inesgotável bondade e para glorificá-Lo por todos os séculos dos séculos. Assim seja. Adolfo, Bispo de Argel - Marmande, 1862

12 Homens, por que vos lamentais das calamidades que vós mesmos amontoastes sobre vossas cabeças? Vós menosprezastes a santa e divina moral do Cristo, não fiqueis, pois, espantados de que a taça da maldade tenha transbordado por toda a parte.

O mal-estar torna-se geral. A quem deveis atribuí-lo senão a vós mesmos, que procurais sem parar destruir-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes sem benevolência mútua. Como a benevolência pode conviver com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Dedicai-vos a destruí-lo, se não quiserdes que suas conseqüências malévolas se mantenham para sempre. Um único meio tendes para isso, e esse meio é infalível: tomai a lei do Cristo como regra invariável da vossa conduta, lei que tendes rejeitado ou interpretado de forma enganadora.

Por que tendes em tão grande estima aquilo que brilha e que encanta os olhos, ao invés do que vos toca o coração? Por que fazeis do viver na riqueza a razão de vossas vidas, enquanto tendes apenas um olhar de desdém para o verdadeiro mérito, muitas vezes oculto na simplicidade? Quando um rico cheio de vícios, perdido de corpo e de alma, se apresenta em qualquer lugar, todas as portas lhe são abertas, todas as atenções se voltam para ele, enquanto é muito pouco digno oferecer-se um gesto de proteção ao homem de bem que vive de seu trabalho. Quando a consideração que se dá às pessoas é medida pelo peso de ouro que possuem, ou pelo nome que trazem, que interesse podem ter para se corrigir de seus defeitos? Seria diferente se o vício dourado fosse combatido pela opinião pública como o é o vício em farrapos. Mas o orgulho é tolerante para com tudo que o satisfaz. Vivemos na era da ambição e do dinheiro, dizeis. Sem dúvida. Mas por que deixastes as necessidades materiais prevalecerem sobre o bom senso e a razão? Por que cada um quer se elevar acima de seu irmão? Hoje a sociedade sofre as conseqüências disso.

Não esqueçais que um tal estado de coisas é sempre um sinal de decadência moral. Quando o orgulho alcança o seu limite, é indício de queda próxima, pois Deus sempre pune os arrogantes. Se, por vezes, deixa-os subir, é para lhes dar tempo de refletir e de se corrigirem sob os golpes que, de tempos em tempos, lhes fere o orgulho para os advertir, mas, em vez de se humilharem, eles se revoltam. Então, chegando a um certo limite, Ele os derruba completamente, e a queda é tanto mais terrível quanto mais alto tiverem se elevado. Pobre raça humana, cujo egoísmo corrompeu todos os caminhos, recobra a coragem! Em sua misericórdia infinita, Deus envia um poderoso remédio a teus males, uma ajuda inesperada à tua aflição. Abre os olhos à luz: eis de volta as almas daqueles que se foram e vêm te lembrar dos teus verdadeiros deveres. Elas te dirão, com a autoridade da experiência, que as vaidades e as grandezas de tua existência passageira pela Terra são pouca coisa diante da eternidade. Elas te dirão que, lá, será maior quem foi mais humilde entre os pequenos da Terra; que aquele que amou mais a seus irmãos é também aquele que será o mais amado no Céu; que os poderosos da Terra, se abusaram de sua autoridade, serão obrigados a obedecer a seus servidores, e que a caridade e a humildade, enfim, essas duas irmãs que andam sempre juntas, são as virtudes mais eficientes para se obter graça diante do Eterno.

MISSÃO DO HOMEM INTELIGENTE NA TERRA

Ferdinando, Espírito Protetor - Bordeaux, 1862

13 Não vos orgulheis do que sabeis, pois esse saber tem limites bem estreitos no mundo que habitais. Mesmo supondo que sejais uma das intelectualidades na Terra, não tendes nenhum direito de vos envaidecer por isso. Se Deus vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver vossa inteligência, foi porque Ele quis que fizésseis uso dela para o bem de todos. Esta é uma missão que Ele vos dá, ao colocar em vossas mãos o instrumento com a ajuda do qual podereis desenvolver, a vosso modo, as inteligências mais atrasadas e conduzi-las a Deus. A natureza do instrumento não indica o uso que dele se deve fazer? A enxada que o jardineiro coloca nas mãos de seu aprendiz não lhe mostra que ele deve cavar? E que diríeis se esse aprendiz, ao invés de trabalhar, levantasse sua enxada para atingir o seu mestre? Diríeis que é horrível e que ele merece ser expulso. Pois bem, assim ocorre com aquele que se serve de sua inteligência para destruir a idéia de Deus e da Providência entre seus irmãos.

 Ele ergue contra seu mestre a enxada que lhe foi dada para limpar o terreno. Terá assim direito ao salário prometido, ou merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Ele o será, não há dúvida, e carregará consigo existências miseráveis e repletas de humilhações até que se curve diante d’Aquele a quem tudo deve.

A inteligência é rica de méritos para o futuro, desde que bem empregada. Se todos os homens talentosos dela se servissem conforme a vontade de Deus, a tarefa dos Espíritos seria fácil, para fazer a Humanidade avançar. Infelizmente, muitos fazem dela um instrumento de orgulho e de perdição para eles próprios. O homem abusa de sua inteligência como de todas as suas outras capacidades e, entretanto, não lhe faltam lições para adverti-lo de que uma poderosa mão pode lhe retirar aquilo que lhe deu.

 


 

 
Make a Free Website with Yola.